terça-feira, 8 de junho de 2010

Um ser branco

 Este é um relato tirado de um site de paranormalidades:

...Eu acordei, era uma hora profunda da noite, disso eu tenho certeza. Nem mais os grilos cantavam e o silêncio podia ser ouvido. Eu, menino, dormia em meu sofá que se fazia de cama. Ao lado, um pequeno sofá quase na cabeceira, de modo que me bastava virar um pouco a cabeça para observá-lo, bem perto de mim. Algumas noites antes, eu já havia percebido certas coisas estranhas ao meu redor, mas nada como aquele dia (ou noite).

Eu acordara, e como sempre, a luz acesa para espantar os meus medos, embora aquele dia ela não houvesse cumprido esse seu objetivo. Ao meu lado, tão claramente como se fosse dia, alguém estava sentado no pequeno sofá, sorrindo e balançando a cabeça para mim, em sinal de positivo. Era tão branco que a palavra branco não se encaixa aqui, talvez eu devesse dizer alvo... tão alvo que a alvura se confundia nele todo, da cabeça aos pés. Eu não o conhecia, por certo, pois foi a primeira coisa que tentei identificar nele. Ele não tinha cabelos, ou roupas, mas era branco, uma massa branca que lembrava um corpo, com braços e pernas, e um perfeito rosto que sorria.

Depois de um curto tempo de incredulidade, em que tentei olhar ao redor, para me certificar de que tudo não passava de um sonho - e atestar que não era um sonho - me virei rapidamente para o lado, atolando o nariz no vão entre o encosto do sofá - como se isso fosse me salvar, me lembrei do avestruz que enfia a sua cabeça na areia - e ali fiquei, talvez por uns dois minutos. Neste período divaguei sobre muitas coisas. Sobre certas ilusões que eu tinha ao acordar, sobre sonhos... sei lá. Eu só sei que decidi me virar de volta, pois uma coisa era certa, eu não poderia continuar ali, deitado, ao lado de um Ser desconhecido a me espreitar.

Decidido que não mais o encontraria, virei-me cheio de confiança. Mas ele estava lá! Da mesma forma, com os mesmo gestos. E então, na aflição de uma criança na altura de seus onze anos, eu me preparei para gritar, a plenos pulmões. Mas nesse momento, e com a minha boca já aberta para emitir o derradeiro "rugido", o ser desapareceu, e desapareceu lentamente, de baixo para cima. Primeiro suas pernas, cintura, tronco e cabeça. Eu sentia o meu coração bater no peito, e chego a pensar que poderia ouvi-lo também. Eu me virei para o canto denovo, da mesma forma que fiz antes, e só me levantei ao raiar do sol, com a minha mãe passando pela sala. Eu não contei nada pra ela naquele dia, só muito tempo depois, quando a oportunidade surgiu.

Sabe, eu não posso dizer que me arrependo do que eu fiz, eu era uma criança. Mas às vezes me pego pensando quantas coisas eu poderia perguntar àquele ser. Eu tinha e ainda tenho tantas perguntas... tocá-lo... olhá-lo com mais ênfase. Talvez naquele dia um pedaço da cortina do mundo desconhecido tenha se aberto pra mim, ainda que uma pontinha apenas... eu queria ter olhado mais. Mas sou grato a Deus pelo que eu vi.

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