sábado, 19 de junho de 2010

A sombra e o sino

Muitas coisas acontecem comigo. Por algumas eu tenho gratidão, pois torna o meu mundo um pouco menos sem graça, por assim dizer. Já para com outras, eu posso falar que experimento apenas aflição. Sim, a palavra certa é aflição. Foi o que experimentei certa vez:

Cheguei em casa num domingo, às 3 da tarde, havia jogado bola a manhã toda e me divertido muito. Minha mãe, no quarto fazendo palavras cruzadas, me viu cruzar o corredor e me disse que o meu almoço estava no forno. Eu agradeci e segui pra sala, queria apenas deitar naquele momento, ainda que fosse no carpete da sala. Eu estava muito cansado.

Mal deitei, e um grande barulho dentro da minha cabeça se fez ouvir. Era como um grande sino que tocasse... [ Tummm...]

Nesse exato momento o meu corpo ficou TOTALMENTE paralisado. Meu pescoço endureceu, meus braços não se dobravam, minhas pernas gelaram... apenas os meus olhos se moviam, mais nada. Com o canto dos olhos, apenas com o canto dos olhos, eu vi, vindo da cozinha (da minha sala se vê perfeitamente a cozinha ), uma sombra que entrou pela porta da cozinha, atravessou a cozinha, o corredor, a copa, até chegar à sala (de dia com sol quente!). Essa sombra era mesmo uma SOMBRA! Em tudo semelhante a nossa própria sombra no chão, só sei descrever assim. Era com certeza uma mulher, já que tinha algo como cabelos, e o seu próprio jeito de andar denotava isso.

Ela então aproximou-se, entrou dentro da sala, passou por cima de mim, e sentou-se no sofá, deixando os seus pés sobre a minha cabeça!! Ali ela ficou, de uma forma que ela me via por completo, mas eu via apenas os seus pés.

Como eu não podia me mover, um desespero aflitivo tomou conta de mim, e pedi a Deus que não deixasse aquilo acontecer comigo, não daquele modo.  Na mesma hora do meu pedido, a sombra levantou-se e se retirou. Da mesma forma que ela entrou ela saiu: da sala pra copa, corredor, cozinha... até sair pela porta. E então, quando ela saiu, de novo me veio o barulho do sino! O meu corpo recobrou todos os movimentos, imediatamente! No mesmo momento eu levantei e corri pro quarto da minha mãe e contei-lhe tudo. Ela disse que eu só podia ter sonhado, porque do quarto dela se vê perfeitamente toda a copa e a cozinha, e ela não viu nada passando por lá. Mas eu vi os pêlos do braço dela todos se arrepiarem, o que me deu ainda mais medo.

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