segunda-feira, 21 de junho de 2010

Mandinga

Este relato foi tirado de um site de paranormalidades:

Inúmeros são os casos de doenças e picadas de cobra ou de outros animais peçonhentos que são curadas no sertão através de remédios caseiros feitos de ervas e raízes ou ainda por intermédio de rezas e benzimentos feitos por “benzedeiras” ou “catimbozeiros”. Muitas curas já me foram relatadas por parentes e amigos que viveram em zonas rurais, sem recursos, cuja única salvação eram as ervas e as rezas, porém um caso me chamou muito a atenção justamente por ter acontecido com o pai do meu tio Manoel da Silva Santos.
Segundo seu relato, quando era criança residiam num sítio pequeno, porém farto, pertencente ao município de Porto da Folha. Tinham uma boa roça de milho e mandioca além de criação de pequeno porte como cabrito, porco e galinha. Viviam bem para a época, em se tratando de família humilde. O “de comer” nunca faltou, prosperavam a cada dia, o único entrave era a falta de fé do seu pai que alegava não acreditar em Deus. Mas como o renomado escritor inglês Willian Shakespiere já havia mencionado em seu clássico Hamlet: "Há mais cousas entre o céu e a terra do que supõem nossa vã filosofia", sendo assim um fato inusitado mudou drasticamente seu ponto de vista. Uma estranha moléstia o atingiu, fazendo com que sua barriga inchasse de tal modo que algumas pessoas julgavam ser “barriga d´àgua”, procurou ajuda médica, porém a medicina tradicional não encontrava solução para o seu problema... E a cada dia que passava seu estado ia piorando cada vez mais... Indicaram um “benzedor” que residia a muitas léguas dali. De acordo com os relatos, a única esperança de cura para tal moléstia. Aprontaram-se e rumaram na direção indicada enfrentando o calor escaldante do sertão sergipano. Chegando ao local indicado, depararam-se com uma pequena choupana e uma roça de milho próxima, numa baixada. Bateram palmas e gritaram pelo velho benzedor que subiu lentamente da roça para atendê-los.
- Pois não meus filhos, o que desejam?
- Venho de um sítio próximo a Porto da Folha e preciso da sua ajuda. Os médicos não podem fazer nada por mim, veja o tamanho do meu “bucho”?
- Você é um homem “descrente”, filho, volte daqui a sete dias que eu vou preparar um remédio para você, mas te digo uma coisa: Tenha mais fé em Deus que o seu problema não será resolvido por médicos, mas sim por Nosso Senhor.
Voltaram para casa... Mal adentraram pela porta e seu pai já correu para o banheiro acometido por imensa “dor de barriga”. Seu pai mal se alimentara nos últimos dias para “obrar” tanto, porém não “obrava” fezes normais e sim enormes taturanas pretas. Foram sete dias de suplício nos quais sua barriga foi murchando, murchando, até atingir o tamanho normal novamente.
Retornaram até a choupana do benzedor que indagou serenamente:
- O que vocês vieram fazer aqui? Você já não está curado, meu filho?
- Estou bem sim, meu bucho voltou ao normal, mas me diga uma coisa: O que era aquilo que eu pus pra fora?
- Aquilo foi “coisa” mandada por gente invejosa. Como você sempre foi um homem descrente, quase lhe matou. Assim que vocês saíram eu já comecei rezar por você, pois vi que o seu caso era sério. Seu remédio foram minhas rezas, não havia muito tempo pra perder. Aquilo iria lhe matar. O mal existe sim meu filho, bem e mal... Deus e o tinhoso... A eterna peleja...
- Me diga quem fez isso comigo!
- Digo não Meu filho... A vingança à Deus pertence. Mesmo testemunhando as maravilhas de Deus você ainda deixa o tinhoso triunfar sobre Ele planejando vingança contra quem desejou o seu mal. Você já está curado, siga seu caminho... E tenha mais fé...
Logo após esse episódio venderam o sítio e se mudaram para Propriá.

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