Sento no sofá, ligo a TV e gargalho.
Me divertem os humanos, em seu mundo cor de rosa, esse romantismo, a capacidade tola de transformar monstros em príncipes encantados...
Na internet, mais alto eu rio, pois nada pode ser mais delicioso do que isso.
Como insetos, à luz da rua, eles se aproximam de mim.
Acham o perigo atraente, ou pensam que é fashion.
Não temem, esperam que seja só uma fantasia, mais uma em suas vidas estúpidas.
E graças a violência deste mundo, não me escondo mais nas sombras.
Longe estão os dias em que me acompanhavam apenas os lobos.
Hoje, minha comida me chama de amigo. E tenho muitos, muitos amigos.
Confesso que, inúmeras vezes, cansado de tanta banalidade e vazio, tenho vontade de lhes abrir a garganta, e banhar-me em seu sangue, mas me contenho...
Não fazem idéia do que eu realmente sou.
De como o sofrimento alimenta e fortalece meu espírito.
A delícia é convidá-los, ouvir a aceitação ao meu convite, a produção feita para me impressionar, a decepção no olhar, o desespero, os gritos, e a tortura lenta, gota a gota, que alimenta minha alma.
Fazem me lembrar do terror que a minha sombra gerava. E também o como era difícil caçá-los, antigamente.
O anonimato é minha liberdade. E a modernidade, meu manto.
As carcaças que abandono, são de ínfima quantidade, perto das que eles mesmos produzem.
A essência que sustenta as suas vidas, prolonga minha existência e aumenta meu poder.
Continuem assim, matando uns aos outros.
Desta maneira, sobreviverei eternamente.
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