segunda-feira, 31 de maio de 2010

O que se encontra na internet

Sento no sofá, ligo a TV e gargalho.

Me divertem os humanos, em seu mundo cor de rosa, esse romantismo, a capacidade tola de transformar monstros em príncipes encantados...

Na internet, mais alto eu rio, pois nada pode ser mais delicioso do que isso.

Como insetos, à luz da rua, eles se aproximam de mim.

Acham o perigo atraente, ou pensam que é fashion.

Não temem, esperam que seja só uma fantasia, mais uma em suas vidas estúpidas.

E graças a violência deste mundo, não me escondo mais nas sombras.

Longe estão os dias em que me acompanhavam apenas os lobos.

Hoje, minha comida me chama de amigo. E tenho muitos, muitos amigos.

Confesso que, inúmeras vezes, cansado de tanta banalidade e vazio, tenho vontade de lhes abrir a garganta, e banhar-me em seu sangue, mas me contenho...

Não fazem idéia do que eu realmente sou.

De como o sofrimento alimenta e fortalece meu espírito.

A delícia é convidá-los, ouvir a aceitação ao meu convite, a produção feita para me impressionar, a decepção no olhar, o desespero, os gritos, e a tortura lenta, gota a gota, que alimenta minha alma.

Fazem me lembrar do terror que a minha sombra gerava. E também o como era difícil caçá-los, antigamente.

O anonimato é minha liberdade. E a modernidade, meu manto.

As carcaças que abandono, são de ínfima quantidade, perto das que eles mesmos produzem.

A essência que sustenta as suas vidas, prolonga minha existência e aumenta meu poder.

Continuem assim, matando uns aos outros.

Desta maneira, sobreviverei eternamente.

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