sexta-feira, 28 de maio de 2010

Continuação 3 Katrin Malen

Nova York, Estados Unidos 1995

Henry um jovem estudante das artes ocultas há tempos tinha conhecimento da Lenda de Katrin Malen e muito planejava sua ida para a Indonésia, a fim de resgatar os vestígios reais da existência da menina bem como as famosas fotos que ficaram trancadas em um antigo baú.



A boneca encontrada, por ser muito antiga ficou exposta no museu como peça de apreciação e desejo de colecionadores, por ser única e praticamente não existir qualquer outro exemplar como aquele no mundo.

De tanto desejar Henry juntou um alto capital com sua organização do Ocultismo e conseguiu todos os objetos que desejava inclusive a boneca, após meses de negociação o museu concordou em vender tudo, pois estava em estado lamentável e necessitava de verba para conseguir se manter por mais algum tempo e nesse período ninguém mais acreditava na lenda Katrin Malen.



As fotos, a boneca e os relatos de Faila chegaram a Henry quase um ano após seu pedido ter sido realizado.



As fotos já não mostravam mais nada, além de borrões escuros e manchas estragadas pelo tempo e má conservação, apenas a de um corredor vazio focalizando uma porta estava em bom estado.



A boneca encontrada na casa de Faila permanecia da mesma maneira, trajando um vestido branco, cabelos longos e louros de tamanho médio e seu corpo era composto por um pano macio, o enchimento parecia não ser dos melhor e já não exalava um bom odor devido a idade.

Vasculhando entre as linhas daqueles papéis que um dia serviram de anotações a Faila, Henry descobriu o que uma das fotos mostrava. Faila descreveu com riqueza de detalhes a foto em que Kur se suicidava.



Faila explicou como adquiriu os objetos estranhos e um dos parágrafos citava que a boneca estava ao lado de Kur no dia de sua morte e que havia sido recolhida junto com sua câmera permanecendo guardada na casa de Telman e posteriormente comprada por Faila no leilão.



Henry era perito em artes gráficas na época e desejava coletar o material, realizar seus estudos e posteriormente concretizar suas conclusões com imagens e ilustrações de todos os acontecimentos desde o grande incêndio do hospital de Santem.



Com o passar dos dias Henry ficou fanático pelas buscas, queria de todas as formas encontrar uma resposta para a morte de Faila e principalmente desvendar o que poderia ter levado a morte de Faila.



Um mês se passou, Henry afastou-se de seu grupo de ocultismo e se dedicou em tempo integral a buscar informações sobre o passado de Katrin e todos aqueles que tentaram descobrir sua verdadeira história.



Henry morava sozinho, seu pai e mãe eram falecidos, a casa dele era repleta de artefatos religiosos e símbolos místicos o que tornavam o ambiente assustador para algumas pessoas.



O ano já era de 1996, Henry pouco saia de casa e dedicava todo seu tempo livre ao ocultismo, já havia abandonado a pesquisa sobre Katrin Malen até que em certo dia descobriu em velho livro, um ritual utilizado para invocar espíritos perturbados. Era algo diferente de tudo que ele já conhecia, talvez fosse aquele ritual a resposta para todas suas dúvidas.



Assim Henry tomou a decisão de realizá-lo na noite de sete de janeiro.



O foco de Henry era invocar o espírito de Katrin Malen, e tentar obter as respostas que tanto desejava. Para isto acontecer o livro dizia que sangue próprio deveria ser oferecido ao espírito em questão.



Henry seguiu a risca tudo que foi pedido, dezenas de velas iluminavam o ambiente, sobre a mesa da cozinha permaneciam alguns objetos religiosos, umas folhas e uma caneta.



As horas foram passando e Henry não conseguia invocar a tão esperada presença de Katrin, até que em certo momento, sua mão involuntariamente escreveu uma mensagem no papel que dizia: “Regresso por aquele que faz o que um dia fizemos”. Sem entender bem Henry encerrou o ritual, mas permaneceu intrigado com a mensagem que escreveu.



Naquela mesma noite, estranhos ruídos foram escutados na cozinha enquanto Henry dormia.



O dia amanheceu nebuloso, ao caminhar em direção a cozinha Henry apavorou-se vendo que todos os armários de sua cozinha estavam abertos, era algo que nunca tinha acontecido antes, muito pensativo vagarosamente fechou cada porta, imaginando o que poderia ter causado aquilo.



Dias foram se passando, o comportamento e Henry parecia mais estranho, cada vez se fechando mais para o mundo. Seus amigos já não correspondiam, sempre eram retribuídos com agressividade, mesmo aqueles que contribuíram para a compra dos objetos da Indonésia.



Vinte e cinco dias transcorreram da mesma forma, diversas vezes Henry foi surpreendido por estranhos acontecimentos em sua residência. Suas criações digitais já não eram mais as mesmas, apesar de passar horas em frente a um computador, pouco criava.



Em uma noite muito quente, Henry tentava de todas as maneiras criar algo único em seu computador, mas os latidos incessantes de seu cachorro e único companheiro o incomodavam demasiadamente.



Instantes de muita fúria foram se sobrepondo, até que em determinado momento Henry parecia diferente, algo o deixava trêmulo. Vagarosamente levantou-se de sua mesa, as gotículas de suor já eram visíveis em seu rosto. Caminhou até a parte externa onde seu cachorro continuava a latir.



As veias do rosto de Henry, um rapaz loiro com pele avermelhada, estavam saltadas e seu olhar era de fúria para seu animal.



Ao seu lado direito havia uma caixa de madeira com uma barra de ferro acima, Henry agarrou essa barra com muita força e apontou em direção do animal que continuava a latir, mas desta vez olhando para seu dono.



Henry nada notou, mas no momento em que observava seu cachorro um estranho vulto de estatura baixa, roupas pretas e um olhar profundo o observava de dentro da residência.



Os ruídos do cachorro eram de medo e raiva, Henry ergueu a barra com toda a sua fúria e acertou a cabeça do animal num golpe fatal sem ao menos dar-lhe a chance de reagir.

Ainda não satisfeito Henry, demonstrou sua raiva cavando um buraco no peito do cachorro, colocando a mostra seu coração que jorrava sangue por todo quintal.



Após assassinar seu tão querido companheiro, Henry com as mãos repletas de sangue, soltou a barra e caminhou normalmente para seu computador sem notar a estranha presença o observando.



Em frente ao computador mesmo sem lavar as mãos, Henry manchava todo o mouse e escrivaninha. Um estranho desejo tomou conta de seu ser. Vasculhou suas gavetas até que encontrou a foto do corredor do Hospital de Santem, a única restante da série de imagens que Kur registrou. Mesmo com as mãos sujas conseguiu digitalizar aquela imagem.



Seu olhar era fixo na tela do computador, enquanto isso atrás dele a presença não notada que vagava por sua residência nada mais era do que o espírito da própria Katrin Malen.


Henry estava sob o poder de Katrin, sem notar a menina o observando ele começou a criar montagens em seu computador, sobrepondo diversas imagens sobre a foto corredor, inconscientemente Henry recriou com perfeição de detalhes a imagem do espectro de Katrin Malen, mas algo ainda faltava e com certeza era a boneca.



Em outra de suas bagunçadas gavetas entre os badulaques místicos a boneca vinda do museu da Indonésia foi retratada nas mãos de Katrin como se fosse enforcada por uma fina linha.



A obra digital ficou pavorosa, mas Henry estava certo no que fez. Uma voz baixa, pausadamente repetia para que aquela imagem fosse propagada, mais pessoas deveriam tomar conhecimento da existência de Katrin Malen.



Henry ainda permanecia com a boneca em uma das mãos enquanto disparava a tenebrosa fotomontagem pela então recente criada internet.



Katrin continuava observando as atitudes de Henry e quando o último clique foi dado, as mãos geladas, brancas e com aparência decomposta do espírito da menina morta repousaram sobre os ombros de Henry.



Henry sentiu suas mãos incharem, uma estranha falta de ar tomava conta de seu corpo sem saber ao certo o que estava acontecendo, viu sua visão cair na penumbra, seu coração acelerar e em minutos nada mais sentiu, faleceu em sua cadeira, caindo posteriormente com a boneca segurada firmemente em sua mão esquerda.

Katrin se afastou lentamente e na escuridão do corredor da casa de Henry, desapareceu com um sorriso fúnebre e sarcástico em sua face macabra como quem comemorava a conclusão de uma difícil missão.



Dias depois a casa de Henry é arrombada por policiais que vieram a pedido de vizinhos que sentiam um forte mau cheiro e notaram a ausência do jovem.



A cena era chocante e nada diferente da morte Faila, a boneca foi recolhida por uma das policiais que ferozmente a rasgou e dentro do brinquedo escondia-se vestígios de tecido humano apodrecido por décadas, mas tudo indicaria que aquele seria um coração.



Exames posteriores indicaram que o coração era de Kur, desaparecido e considerado um mistério até os dias atuais. Uma dúvida no ar ficou: - Como aquele órgão foi depositado dentro do brinquedo? Havia mais alguém naquele hospital além de Kur.



Investigadores buscavam mais vestígios dentro da boneca quando um pequeno diário envelhecido caiu na mesa.



Mary uma linda jovem policial pegou o diário e na sua capa o nome da proprietária era bem evidente: “Katrin Malen”





OBS : VAMOS TENTAR ACHAR O DIARIO DE KATRIN MALEN, ( POIS FIQUEI SABENDO QUE ELE EXISTE PELA INTERNET)

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