sexta-feira, 23 de abril de 2010

Será eu?

Este é um relato tirado de um site de paranormalidades:


Eu nunca acreditei em sobrenatural, mas depois do que presenciei eu mordo minha língua...

Minha estória começa quando eu morava no interior. Meu pai trabalhava na fazenda, de onde tirava meu sustento e de minha mãe que fazia queijo e vendia leite. Eu estudava meio período e ajudava minha mãe em casa. Minha casa era simples e modesta, num bairro calmo de rua tranquila. Aos fundos de casa havia um paiolzinho onde meu pai guardava as bagunças dele, perto desse paiol ficava o varal. Pois bem, minha vida deixou de ser a mesma naquele varal, naquele paiol. Ao final de uma tarde eu fui estender a roupa limpa, mas molhada, no varal. Ao terminar meu serviço vi uma coisa estranha no paiolzinho, parecia que alguém estava pedindo socorro. Meio assustada (sou muito medrosa), fui devagarinho até a portinha do paiol, pé ante pé, mãos tremendo, perna bamba, empurrei a porta, o sol laranja anunciava o final da tarde e deixava o cenário aterrante. Com muito medo empurrei a porta...

(...)

Me deparei com... nada! Não havia ninguém lá, nem sequer um rato... somente as mesmas bagunças do meu pai. Já aliviada, estava pronta para voltar para dentro de casa quando ouvi: "Aqui, estou aqui..."

Arrepiei-me dos pés à cabeça! Quando virei, uma pilha de bugigangas caíram atrás de mim e empurraram a porta que mantinha um feixe de luz iluminando o local e então, na escuridão total, desmaiei de medo...

Passadas algumas horas, não sei direito, acordei no meio da noite... encontrei um lampião, daqueles bem antigos mesmo, por sorte estava intácto e usável. Procurei em meio à escuridão onde só havia a luz da lua cheia que passava entre as frestas das paredes de madeira roidas pelos cupins, um isqueiro ou fósforo para acender o lampião, encontrei! Estava em choque. Ao passar da noite não ouvi mais nada. Fui me acalmando... observei o lugar e vi que as bugigangas haviam partido uma madeira velha que não resistiu ao peso todo e rachou. Mas por que justo naquela hora em que eu estava lá? Não importava mais, eu só queria sair daquele lugar, a porta da frente estava inacessível pois pilhas de madeiras, latas, pneus e não lembro mais o que, haviam emperrado-a.

Tentei dormir e esperar o amanhecer, mas como conseguiria naquele estado, só e amendrontada?! O dia nascia e eu já estava procurando uma outra saída, nunca imaginei que alguém poderia acumular tanto entulho. Olhei melhor e encontrei uma porta aos fundos, fui correndo abrí-la, mas estava trancada. Empurrei muitas vezes até que ouvi minha mãe gritar meu nome... Ela me procurava desesperadamente, viu que eu não dormi em casa decerto. Eu gritava e gritava mas ela não me ouvia...

Passei um dia naquele lugar. Eu já esperava que meu pai fosse até lá alguma hora, mas lembrei que ele tinha ido para a fazenda e só iria retornar uma semana depois... Desesperei-me... chorei a noite inteira e mais a manhã seguinte, quando comecei a ter alucinações (pelo menos achei que eram). Senti um clima tenso no ar, um cheiro de enxofre, de podre e vi um buraco profundo num canto escondido, aproximei-me, pensei que poderia ser uma passagem para fora do paiol, mas quando cheguei perto estremeci... o buraco era quente e parecia que vinham vozes de lá de dentro, vozes de pavor. Saí correndo pra a outra extremidade do paiol, o mais longe possível daquele buraco, mas ví um vulto quando o sol entrou entre as frestas e o buraco não estava mais lá. Pensei em sair mais ainda!

Estava faminta e sedenta com vários machucados. Ouvi a sirene da polícia em minha casa. Logo voltei a gritar e pedir ajuda, mas ninguém me ouvia, por incrível que pareça.

Anoiteceu e voltei a ver o buraco, sentir o forte cheiro e ver um vulto que parecia me perseguir. A noite inteira passei sufoco. De manhã ouvi uma vozinha que disse: "Eu estou aqui, não tenha medo". Mas putz, quem é que não vai ter medo num local sozinha e ouvindo vozes???... Continuou: "... depois de duas semanas estará livre, diferente de mim". Fiquei apavorada e sem entender nada. Encontrei uma torneira que estava ativada, pelo menos sede eu não passava mais. Encontrei um rato e, acredite se quiser, eu matei minha fome.

Assim foi por longos dias, correndo de vultos e ouvindo vozes... Não aguentava mais até que encontrei uma única janela que existia naquele terrível paiol escondida por detrás de uma pilha de pneus. Quebrei os vidros, mas a janela era de grade e não consegui passar por ela... Então gritei muito e muito, mas ninguém ouvia. Não aguentei mais e peguei um caco de vidro, arranhei minha garganta... não consegui sequer me matar, pois ouvi a vozinha de novo: "Não cometa meu erro". Estremeci e no mesmo instante ouvi um estrondo muito forte. Mas quando vi era meu pai que me encontrou chorando de emoção. Eu estava pálida, gelada e abatida fortemente. Fui para o hospital. O pesadelo acabou...

Minha busca havia acabado duas semanas depois que eu havia entrado naquele horror. A polícia ficou intrigada, pois minha mãe a contratou e eles nem pensaram em me procurar naquele local, somente quando mamãe ligou para papai é que fui encontrada.

Falei ao meu pai tudo o que havia acontecido, mas ele disse que só foi o medo que provocou todo esse pânico... Quando voltei pra casa não consegui nem olhar mais para o paiol.

Dias mais tarde descobri que havia na minha cidade uma velha senhora, a mais antiga moradora, que conhecia algumas lendas regionais, fui até o encontro dela e esta me recebeu muito bem, pois não recebia muitas visitas mesmo. Eu contei minha história e ela perguntou onde eu morava, depois de responder ela estremeceu... Disse que antes de me mudar moravam ali um casal e sua filha. A irmã desse casal morrera e deixara com eles uma sobrinha muito mais linda que a filha deles. A inveja que filha do casal tinha por sua prima fez com que esta trancasse a priminha orfã no paiolzinho. A orfãzinha ficou lá por dias até se matar cortando a garganta, mas deixou um bilhete escrito:

"As forças do mal me forçaram a isso. O vulto fez com que eu me matasse. O buraco nunca se fechará enquanto se alimentar de almas suicidas... Eu fui mais uma vítima, não deixem a próxima morrer, isso só acabará quando ele não se alimentar e alguém sobreviver..."

Então pensei: "Será eu?? Será eu??? Eu salvei a garotinha???"

Voltando para casa vi um incêndio e vizinhos lá em casa. Misteriosamente o paiol ardia em fogo, sobrara então só as cinzas...

(...)

Mudei-me para a capital...

Desde então tenho momentos paranormais e histórias que irei compartilhar com vocês no decorrer dos dias...

Nenhum comentário:

Postar um comentário